Duas palavras agora sobre o que é isso de balada (...). Há quem pense que as canções ou baladas de José Afonso são formas evolutivas do fado de Coimbra. Ora, como diz Luís Góis (Diário de Lisboa, 13/3/69), «fado de Coimbra nunca existiu. Existiu sempre, isso sim, um estilo de interpretar próprio de Coimbra! É nesse sentido que em Coimbra se pode localizar uma tradição musical. Tudo o que há de mais válido na atctual música portuguesa tem uma raiz em Coimbra». E passo já a palavra a José Afonso: «Designei as minhas primeiras canções por baladas não porque soubesse exactamente o significado deste termo, mas para as distinguir do fado de Coimbra que comecei por cantar e que, quanto a mim, atingira uma fase de saturação».
Fora o Dr. Menano, segundo confessa José Afonso, quem primeiro encontrara o nome de balada para designar as sua primeira composição musical - A «Balada do Outono». Diz depois («Comércio do Funchal», 1/6/69): «Para definirmos «balada» teríamos que recorrer às autoridades que se debruçaram sobre as origens dos cantores vagabundos, plebeus e aristocratas, populares e estudantes, lacaios e clérigos, que na Idade Média interpretavam de uma forma que tornava possível na pessoa do trovador a fusão do canto com o poema, os temas do seu tempo e as preocupações de classe.»
Baladas ou não, o que José Afonso nos canta comove-nos, agradando-nos. Com diz Manuel Simões (...) «de tal modo se identifica com as nossas aspirações que nos parece tratar-se de uma voz que sempre nos acompanhou.».
Vila Real, novembro de 1970.
Autor: António Cabral
Fonte: Nova Realidade - Cantar de Novo - José Afonso
Pesquisa, texto e arranjo fotográfico: Mário Lima
Fora o Dr. Menano, segundo confessa José Afonso, quem primeiro encontrara o nome de balada para designar as sua primeira composição musical - A «Balada do Outono». Diz depois («Comércio do Funchal», 1/6/69): «Para definirmos «balada» teríamos que recorrer às autoridades que se debruçaram sobre as origens dos cantores vagabundos, plebeus e aristocratas, populares e estudantes, lacaios e clérigos, que na Idade Média interpretavam de uma forma que tornava possível na pessoa do trovador a fusão do canto com o poema, os temas do seu tempo e as preocupações de classe.»
Baladas ou não, o que José Afonso nos canta comove-nos, agradando-nos. Com diz Manuel Simões (...) «de tal modo se identifica com as nossas aspirações que nos parece tratar-se de uma voz que sempre nos acompanhou.».
Vila Real, novembro de 1970.
Autor: António Cabral
Fonte: Nova Realidade - Cantar de Novo - José Afonso
Pesquisa, texto e arranjo fotográfico: Mário Lima
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