Um dos temas incluídos em Cantares do Andarilho, "Vejam Bem", escrita na Beira - Moçambique, fez parte do filme “O Anúncio” de José Cardoso, apresentado no Festival de Cinema Amador pelo Cineclube da Beira. De regresso a Portugal a 16 de agosto de 1967, os amigos de Coimbra que se reuniam no café "A Brasileira", haviam de incentivá-lo a concorrer ao então denominado Grande Prémio TV da Canção e como a resposta do músico aconteceu sob a forma de pergunta "o que é preciso fazer?", a resposta seguinte foi colocada nas mãos de Rocha Pato. O jornalista telefonou aos colegas do Primeiro de Janeiro em Lisboa e estes informaram o que era necessário enviar uma cassete e uma partitura dentro de um envelope sem nome. "Partitura?!" - olharam uns para os outros. "Mas quem é que pode saber fazer uma partitura?".
Talvez o senhor Pires, vendedor numa loja de electrodomésticos da cidade, a quem frequentemente Zeca e Rui Pato compravam uns discos. Acontece que o homem tocava saxofone na banda da Pampilhosa - o que, desde logo, indiciava alguns conhecimentos mínimos de teoria musical. Chegados à loja, cumprimentaram o vendedor e logo fizeram soar um "Oh senhor Pires, se a gente lhe cantarolasse uma cantiga você passava isso a partitura?". "Então não passava!". O resto vem pela voz da memória de Rui Pato: "O Zeca sentou-se lá na loja dos frigoríficos, comigo e com o senhor Pires a ouvir, ele ia cantando e eu com a viola ia ajudando, e o tipo escreveu aquilo tudo". A música acabou por não ser seleccionada, num ano (1968) em que o vencedor foi Carlos Mendes com "Verão".
Gonçalo Frota, Fevereiro de 2012 (texto alterado)
Nota: no texto original de Gonçalo Frota ("O Adeus de Coimbra"), está a data 1967 como a do envio da partitura do "Vejam Bem". Nesse ano (1967) o Festival RTP da Canção realizou-se a 25 de fevereiro. Tendo em conta o tempo para seleção das músicas para o certame, o mesmo seria entre fins de 1966 e início de 1967. Nessa altura Zeca estava em Moçambique. Regressou a Portugal em 16 de agosto de 1967, pouco antes do fim do ano letivo (setembro). Por isso, o envio para seleção da letra "Vejam Bem", foi para o Festival RTP de 1968 realizado a 4 de março, onde ganhou Carlos Mendes com a canção "Verão".
Neste pequeno excerto, Rui Melo Pato mostra a partitura da canção com que Zeca Afonso concorreu ao Festival da Canção.
Não passou da 1ª fase por falta de qualidade.
Falta de qualidade vejam bem!
Talvez o senhor Pires, vendedor numa loja de electrodomésticos da cidade, a quem frequentemente Zeca e Rui Pato compravam uns discos. Acontece que o homem tocava saxofone na banda da Pampilhosa - o que, desde logo, indiciava alguns conhecimentos mínimos de teoria musical. Chegados à loja, cumprimentaram o vendedor e logo fizeram soar um "Oh senhor Pires, se a gente lhe cantarolasse uma cantiga você passava isso a partitura?". "Então não passava!". O resto vem pela voz da memória de Rui Pato: "O Zeca sentou-se lá na loja dos frigoríficos, comigo e com o senhor Pires a ouvir, ele ia cantando e eu com a viola ia ajudando, e o tipo escreveu aquilo tudo". A música acabou por não ser seleccionada, num ano (1968) em que o vencedor foi Carlos Mendes com "Verão".
Gonçalo Frota, Fevereiro de 2012 (texto alterado)
Nota: no texto original de Gonçalo Frota ("O Adeus de Coimbra"), está a data 1967 como a do envio da partitura do "Vejam Bem". Nesse ano (1967) o Festival RTP da Canção realizou-se a 25 de fevereiro. Tendo em conta o tempo para seleção das músicas para o certame, o mesmo seria entre fins de 1966 e início de 1967. Nessa altura Zeca estava em Moçambique. Regressou a Portugal em 16 de agosto de 1967, pouco antes do fim do ano letivo (setembro). Por isso, o envio para seleção da letra "Vejam Bem", foi para o Festival RTP de 1968 realizado a 4 de março, onde ganhou Carlos Mendes com a canção "Verão".
Neste pequeno excerto, Rui Melo Pato mostra a partitura da canção com que Zeca Afonso concorreu ao Festival da Canção.
Não passou da 1ª fase por falta de qualidade.
Falta de qualidade vejam bem!
Os originais da partitura escrito pelo Sr. Pires.
(cedidas gentilmente por Rui Pato. Digitalizadas por Paulo Moura com anuência da filha do Sr. Pires, Isabel Pires)
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