Um velho soluço
Traz-me o teu anexo
Priva-me dos braços
Quebra-me a infância
Livra-me do medo
Como as tartarugas
Quebra este silêncio
Anda alpergatas
E no entanto treme
Vive dos tentáculos
Digere peixinhos
Enche as algibeiras
E no entanto dorme
Namora as formigas
Foge como se
Soubera que o vento
Não pára fustiga
Não geme madraça
Ansiando por
Caminhos do mato
José Afonso, poema escrito na prisão da PIDE-DGS, em Caxias, em 1973
Foto: Zeca com um ano e meio
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