"Tecto" ou "Teto"?
Não sei em que ano foi escrito este poema, mas seguramente foi depois de 1945.
Em 1945 dá-se o Acordo Ortográfico. Antes deste acordo, "TECTO" escrevia-se "TETO". O Decreto 35.228, de 8 de Dezembro de 1945 passou a exigir a inclusão de consoantes mudas em um pequeno número de palavras em que não eram pronunciadas em Portugal, mas o eram no Brasil, quer geral, quer restritamente (caracteres, cacto, tecto).
Zeca escreveu sempre "TETO" e nunca "TECTO" neste poema mas, no entanto, nas edições de "Cantares de José Afonso", "Cantar de Novo" e "José Afonso Textos e Canções", os autores retificaram e colocaram a consoante muda "C" onde ela não existia.
Mudam-se os tempos, muda-se a grafia e, em 2015 (AO de 1990 em vigência a partir de 2015), volta o TECTO a ser de novo "TETO".
O poema do Zeca atravessa o tempo e volta a estar atual (atual sem "C").
As quadras do "O Teto do Mendigo" fazem parte da canção "Tecto da Montanha" que Zeca gravou no seu álbum 'Cantares do andarilho' (1968).
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