sexta-feira, 27 de outubro de 2017

O Que Faz Falta

"A primeira vez que foi cantada foi há vários anos, para os operários da Fábrica da Abelheira..."

Zeca Afonso

"Em 1973, Zeca foi cantar "O que faz falta" para que uma fábrica não fechasse e ela não fechou — era a Fábrica de Papel da Abelheira do grupo Champalimaud, de onde saiu o papel para imprimir o livro Portugal e o Futuro, de António de Spínola, obra que, como recorda João Paulo Guerra, "forneceu a muitos dos Capitães de Abril uma bandeira e um ideário para derrubar o regime." (1)

"Anos 70, ainda antes do 25 de Abril, na fábrica de papel da Abelheira.
A fábrica fora encerrada em 15 de Janeiro de 1973 e os trabalhadores resistiram aos despedimentos ocupando as instalações de São Julião do Tojal, Loures.
O José Afonso foi lá cantar uma noite. Eu estive lá como jornalista do Notícias da Amadora. A notícia é que teimou em não sair.
O José Afonso foi na qualidade de homem solidário. E, já que lá estava, cantou. Cantou “O que faz Falta…”, acompanhado por um coro de vozes de trabalhadores ao longo de meia hora, três quartos de hora… Sempre em crescendo, um crescendo de emoção e exaltação, com estrofes e versos improvisados sobre o refrão: O que faz falta é avisar a malta… animar a malta… juntar a malta… organizar a malta… libertar a malta… armar a malta…" (2)

(1) - https://www.publico.pt/2017/02/23/culturaipsilon/opiniao/jose-afonso-alipio-e-a-forca-da-memoria-1762834

(2) - https://www.viriatoteles.net/livros/as-voltas-de-um-andarilho/18-zeca-em-livro-ao-vivo.html



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