"Distraído, como sempre, José Afonso foi embater num pescador, que estava no areal remendar as redes", contou Alice Brito (aluna de Zeca), adiantando que nunca mais se esqueceu da resposta dada pelo pescador: "e o mar é tão grande"
Zeca teve sempre grande predileção pelo mar. Pelo mar "navegou" nas mãos de um velho missionário, o "homem das barbas brancas", quando tinha 3 anos. Das viagens pelo Atlântico e pelo Índico, das férias que passava com o irmão e o tio Filomeno, na Figueira da Foz, dos poemas que cantou, da poesia que pelos seus dedos escorria.
"Fui à beira do mar
Ver o que lá havia
Ouvi uma voz cantar...
Desde então a bater
No meu peito em segredo
Sinto uma voz dizer
Teima, teima sem medo"
O mar pode ser grande, mas imensidão do mar é tão e mais pequena, que a sua voz que atravessou todos os mares e navegou por todos os sete continentes.
"Zeca, com aquela elasticidade física de que a natureza o dotara, imitava os entendidos, dando grandes saltos para as ondas e não menos e grandes e ritmadas braçadas..." (1)
(1) - Um Olhar Fraterno de João Afonso dos Santos
foto: Zeca e o irmão João, com o tio Filomeno.
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