O que se teria passado em 1968 na eleição do Rei da Rádio patrocinado pelo 'Diário de Lisboa'?
Mão amiga (obrigado AP Braga) fez-me chegar um recorte da época deste certame. Contagem a 22 de setembro de 1968, Dr. José Afonso em 1º lugar com 2061 votos. Em 2º lugar o eterno Rei da Rádio, António Calvário.
Com a morte do Artur Garcia, em todo o lado (em todo não, há sempre uma 'aldeia gaulesa' que resiste) (1), aparece o Artur Garcia como vencedor desse ano. Como assim se Artur Garcia tinha 523 votos. E há que pesquisar!
A votação iria até o dia 5 de novembro e até lá até podia ser que o Artur Garcia tivesse recuperado e ultrapassado o Dr. José Afonso.
Para isso os leitores do 'Diário de Lisboa' teriam que preencher um cupão que todos os dias fazia parte integrante do jornal. O último cupão saiu no dia 23 de setembro. A partir daí silêncio absoluto. Tive o cuidado de ver no arquivo deste jornal, todos os dias de cada mês até novembro, mês de encerramento do certame.
Nada mais apareceu, nem cupões, nem contagens, nem o encerramento.
Entretanto Salazar tinha caído da cadeira, a 7 de setembro era operado, e notícias do estado de saúde todos os dias era mencionado perante o silêncio sobre o Rei da Rádio.
Como referi há em muitos locais que Artur Garcia teria sido o Rei de Rádio de 1968. Aceito o contraditório, mas Artur Garcia foi-o em 1967 e Príncipe do Espetáculo, em 1969.
Em 1968 e enquanto não houver prova em contrário e porque o certame foi 'cortado' sem ter acabado, o Rei da Rádio foi o Dr. José Afonso.
(1) - https://observador.pt/2021/04/14/morreu-o-cantor-artur-garcia-nome-da-musica-ligeira-portuguesa-da-decada-de-1960/
O jornal de 22 e 23 de setembro de 1968, com o último cupão.
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