"Rosas de Ermera" de Luís Filipe Rocha.
Um documentário comovente, onde os irmãos João e Mariazinha (principalmente a Mariazinha), nos contam a estória dentro da história que foi a invasão japonesa a Timor. A fome que passaram, a forma como o pai confrontava altivo, a presença do responsável da tropa invasora, quando os outros se vergavam à sua passagem.
O olhar da Mariazinha, aquele corpo frágil, relembrando cada recanto, cada cheiro, cada momento, cada situação que surgia, ora pelos aviões japoneses, ora pelos aviões australianos, transporta-nos para Timor, para as mortes, para a dor. A dor da mãe, lembrando sempre o Zeca e o João que em Coimbra continuavam os seus estudos, não sabendo se os pais e irmã eram vivos, ou juncavam no pó de um Timor esquecido.
Um documentário de uma família que se separou num determinado momento e que acabou em bem, e que puderam abraçar os seus entes queridos anos mais tarde.
Revejo a situação porque também passei por uma guerra civil. Felizmente tive a sorte de ninguém ter lá ficado, outros não tiveram essa sorte.
Uma "Rosas de Ermera" a ver e rever e sentir o cheiro das "rosas" que cada um de nós ainda mantém nas nossas "caixinhas" da memória. Pode ser rosas, mas pode também ser o cheiro da terra vermelha que a cacimba ou a chuva, eleva até às nossa narinas recordando tempos que foram nossos.
Expresso - O Cheiro inesquecível das rosas de Timor (clicar)
Mariazinha, a minha "Rosa de Ermera".
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