"O Carlos quis pagar os favores amorosos de uma moça de Lisboa, desinibida, que passava uns dias em Coimbra (...) hospedava-se numa casa isolada, duma pequena quinta, para as bandas da Arregaça.
O Zeca Afonso foi o único cantor disponível. Tocadores o próprio dom juan, o Abreu Lima, que estreava uma guitarra nova e, à viola, o Mário Barroso.(...) Numa janela (da quinta), bruxuleava uma vela... Não podia haver cenário mais propício.
Nessa noite, o Zeca excedeu-se: Aquela Moça da Aldeia, o Sol Anda lá no Céu, Solitário, Incerteza, Mar Largo, ... todos os fados que habitualmente cantava, por quadrarem bem à sua voz. Foram momentos irrepetíveis! Naquele cenário mágico, de luminoso silêncio, o seu cantar inspirado atingiu uma interioridade que só mais tarde, nas baladas com o Rui Pato, lhe voltaria a encontrar"
António dos Santos e Silva in "Zeca Afonso, antes do mito"
foto antiga de uma Serenata
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