"José Afonso escreveu, musicou, cantou, deixou a herdar. Foi mensageiro do seu próprio pensamento, mas mais. Num tempo português em que o chamado "folclore" vestia as cores garridas que a política de Salazar, executada por Ferro, lhe tinha destinado, José Afonso, Adriano Correia de Oliveira e muitos poucos mais procuravam, junto de quem sabia, os vestígios de uma música do povo que a ele se assemelhava – musicalmente rica, poética, funcional. E tão fundamental que o próprio Zeca viria a valer-se dos ambientes dessa música para a construção da sua obra. “Grândola Vila Morena” é um exemplo de tal construção, mas há na obra de José Afonso sinais quase intocados da música do povo português, ali convertido em guardião e divulgador ..."
Manuel Rocha*
*Manuel Rocha é professor de Música no Conservatório de Música de Coimbra. Músico (violino) na Brigada Victor Jara, acompanhou diversas vezes José Afonso, nomeadamente, numa digressão a Moçambique.
daqui:
https://www.cm-coimbra.pt/index.php/areas-de-intervencao/cultura/atualidade/item/5234-camara-municipal-de-coimbra-homenageia-zeca-afonso-de-10-a-12-de-agosto
Imagem: Invólucro dos discos na Emissora Nacional, com a anotação lateral das datas de emissão das faixas de um dos 1º discos de Zeca, em 78 rpm de 1953 (lado A - Contos Velhinhos. Lado B - Incerteza) que fez parte da exposição levada a cabo pela Câmara Municipal de Coimbra em agosto deste ano.
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