Casa da tia Avrilete
Das águas-furtadas que se avistam da Avenida Dias da Silva, a janela sobreposta pertencia ao quarto do Zeca (112, número actual da porta de entrada). Desdobrava-se entre aquelas duas áreas superiores, o segundo andar e a mansarda - ligados - o pequeno mundo onde cresceu, com o seu espaço circundante e excêntrico igualmente pequeno, abrindo-se sobre a encosta. O verso é dele, algures num poema: «num mundo pequeno cresci.» * (1)
*Pardal Velho
Pardal velho
Morre à sede
Num mundo pequeno
cresci
Bolor no retrato
Cotão na parede
Por lá rompeu o bicho
(e o monturo)
Cheios de ofícios
E manjares miúdos
Não comemos aqui
Lagos, 1957
“Ele não era aquele mito que muitas pessoas fazem crer. Era uma pessoa normal, mas um pequeno génio que só aparece de 100 em 100 anos”, descrevendo-o como uma “uma pessoa de carne e osso igual a milhares de estudantes que passam por Coimbra, com as suas ideias, manias e sonhos”. Andar com um saco de comprimidos para dormir e outro de comprimidos para acordar, sair de casa sem uma meia calçada, com um sapato castanho e outro preto ou levar a saia preta da mulher pensando que era a capa de estudante, são algumas das “manias” de Zeca Afonso" (2)
(1) - "José Afonso - Um Olhar Fraterno" de João Afonso dos Santos
(2) - http://www.portaldaveiro.co.pt/imprimir_noticia.aspx?id=76547
Fotos de Anália Gomes - 23 de fevereiro de 2016
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