Zeca
"Sou filho da África colonial, de Coimbra e da Beira Baixa"
Zeca Afonso foi filho dos locais por onde passou. Angola e Moçambique, terras que lhe moldaram o ritmo da interpretação e a revolta, Coimbra em que a boémia lhe moldou o caráter e Belmonte onde a transição juvenil o despertou para a sexualidade.
E na música? Zeca Afonso foi filho das raízes culturais do nosso canto. Das Beiras, do Algarve, do Alentejo, de Trás-os-Montes, dos Açores e do Minho, Zeca foi beber às fontes do nosso povo, dando o seu cunho pessoal sem esquecer as raízes.
Benedicto Garcia:
Acampamento em Fuzeta - 1973
No día a seguir á "inauguração" do campamento (as tendas eram as sôzinhas que lá havía) chegou pelo lugar o Zé Manel, o filho máis velho do Zeca que andava, também, de férias. Vinha do Norte e trazía um pressente muito especial: além, diante dos dois (e imagino que havería algúms máis) tirou de viola e empezou a cantar uma canção "raiana", que segundo as súas fontes, era cantada nas celebrações nas dúas beiras do Minho, no norte galego e no sul portugués. A canção, simples de composição, tinha tres quadras:
Nosa Senhora da Guía
Guía aos homens do mare
Venha ver a barca vela
Que se vai deitar no mare
Nosa Senhora vai dentro
Os anjinhos a remare"
(Benedicto gravou-a no seu álbum, "Pola Unión" - 1977 com o título "Nossa Señora da Guia")
Coa emoção própria do neófito (e eu éra-o pois a penas gravara um e.p. de 4 canções no 68 em Barcelona) dinlhe ao Zeca o disco e ele fez o próprio e trocou-o por um dele. Neste dico estava "Chula da Póvoa" a súa versão, máis portuguesa, com uma irmá no meu disco, máis galega."
"CHULA DA PÓVOA", do álbum "COM AS MINHAS TAMANQUINHAS" - 1976, letra diferente mas a mesma música.
"Em Janeiro bebo o vinho
Em Fevereiro como o pão
Nem que chovam picaretas
Hás-de cair, Rei-Milhão"
A letra em baixo (em parte semelhante à que Benedicto canta), faz parte do cancioneiro poveiro e é cantada pelo Grupo Folclórico Poveiro com o título "Torradinhas" (disco Alvorada – MEP 60 042 de 1957, informação da data de João Carlos Callixto. As chulas, os viras e as danças de roda são as músicas mais tradicionais deste Grupo).
"Vamos ver a lancha nova,
Vamos ver a lancha nova
Que se vai deitar ao mar,
Que se vai deitar ao mar.
Nossa Senhora vai dentro,
Nossa Senhora vai dentro
E os anjinhos a remar
E os anjinhos a remar."
Deste EP fazem parte as seguintes músicas:
S.João Poveiro
O mar enrola na areia
Torradinhas
Vira de oito
"Torradinhas" cantada e dançada pelo Rancho Poveiro.
Terá Zeca Afonso pensado na Póvoa de Varzim quando fez a "Chula da Póvoa"?
"Nossa Señora da Guia" e a "Chula da Póvoa", cantadas por Benedicto e Zeca Afonso.
Versão que mistura instrumentos dos gaiteiros Treixadura e vozes dos gaiteiros de Lisboa:
Fontes:
Estrolábio
Linguagem popular e cancioneiro poveiro
"Sou filho da África colonial, de Coimbra e da Beira Baixa"
Zeca Afonso foi filho dos locais por onde passou. Angola e Moçambique, terras que lhe moldaram o ritmo da interpretação e a revolta, Coimbra em que a boémia lhe moldou o caráter e Belmonte onde a transição juvenil o despertou para a sexualidade.
E na música? Zeca Afonso foi filho das raízes culturais do nosso canto. Das Beiras, do Algarve, do Alentejo, de Trás-os-Montes, dos Açores e do Minho, Zeca foi beber às fontes do nosso povo, dando o seu cunho pessoal sem esquecer as raízes.
Benedicto Garcia:
Acampamento em Fuzeta - 1973
No día a seguir á "inauguração" do campamento (as tendas eram as sôzinhas que lá havía) chegou pelo lugar o Zé Manel, o filho máis velho do Zeca que andava, também, de férias. Vinha do Norte e trazía um pressente muito especial: além, diante dos dois (e imagino que havería algúms máis) tirou de viola e empezou a cantar uma canção "raiana", que segundo as súas fontes, era cantada nas celebrações nas dúas beiras do Minho, no norte galego e no sul portugués. A canção, simples de composição, tinha tres quadras:
Nosa Senhora da Guía
Guía aos homens do mare
Venha ver a barca vela
Que se vai deitar no mare
Nosa Senhora vai dentro
Os anjinhos a remare"
(Benedicto gravou-a no seu álbum, "Pola Unión" - 1977 com o título "Nossa Señora da Guia")
Coa emoção própria do neófito (e eu éra-o pois a penas gravara um e.p. de 4 canções no 68 em Barcelona) dinlhe ao Zeca o disco e ele fez o próprio e trocou-o por um dele. Neste dico estava "Chula da Póvoa" a súa versão, máis portuguesa, com uma irmá no meu disco, máis galega."
"CHULA DA PÓVOA", do álbum "COM AS MINHAS TAMANQUINHAS" - 1976, letra diferente mas a mesma música.
"Em Janeiro bebo o vinho
Em Fevereiro como o pão
Nem que chovam picaretas
Hás-de cair, Rei-Milhão"
A letra em baixo (em parte semelhante à que Benedicto canta), faz parte do cancioneiro poveiro e é cantada pelo Grupo Folclórico Poveiro com o título "Torradinhas" (disco Alvorada – MEP 60 042 de 1957, informação da data de João Carlos Callixto. As chulas, os viras e as danças de roda são as músicas mais tradicionais deste Grupo).
"Vamos ver a lancha nova,
Vamos ver a lancha nova
Que se vai deitar ao mar,
Que se vai deitar ao mar.
Nossa Senhora vai dentro,
Nossa Senhora vai dentro
E os anjinhos a remar
E os anjinhos a remar."
Deste EP fazem parte as seguintes músicas:
S.João Poveiro
O mar enrola na areia
Torradinhas
Vira de oito
"Torradinhas" cantada e dançada pelo Rancho Poveiro.
Terá Zeca Afonso pensado na Póvoa de Varzim quando fez a "Chula da Póvoa"?
"Nossa Señora da Guia" e a "Chula da Póvoa", cantadas por Benedicto e Zeca Afonso.
Versão que mistura instrumentos dos gaiteiros Treixadura e vozes dos gaiteiros de Lisboa:
Fontes:
Estrolábio
Linguagem popular e cancioneiro poveiro
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