segunda-feira, 6 de março de 2017

António Quadros (pintor e poeta)

Zeca já conhecia António Quadros dos tempos de Coimbra. Tinha sido com ele que Zeca se apercebera do «absurdo» e do «artificial de qualquer conflito entre os populares» (os futricas) «durante um conflito depois superado, por causa de umas violências da GNR e da PSP», em que Quadros «enfiou um murro num capitão da Guarda»

Zeca voltaria a encontrar Quadros em Moçambique quando para lá foi em 1964. Musicou e gravou diversos poemas: "Cantares do Andarilho" (1968); "Ronda das Mafarricas" (inicialmente tinha o título de "Evocação das Mafarricas" ou "Canção do Arlindo" (1971); "Sete fadas me fadaram" (1972).

Mas Zeca não ficaria por aqui e musicou também um outro poema de António Quadros. Infelizmente não há registo sonoro, ou talvez haja numa qualquer gravação que fez em Moçambique e esteja em poder de algum familiar do Zeca.

Mar do Marinheiro

Letra de António Quadros sobre fundo popular e música de José Afonso.

"Fui ao mar do marinheiro
A ver o que lá havia
E vi meu amor ao meio
Núinha de morte e fria

Ó mar, marinho, marão
Ó casinha das sereias
Lá tens o meu lindo amor (1)
Entre peixinhos e areias

Ó mar, marinho, marão
Ó mar que nunca mais vejo
Lá tens o meu lindo amor (1)
Transformado em caranguejo"

(1) - No original "Lá tens o meu coração"

Imagem: desenho de António Quadros e anotações de José Afonso que fazem parte do livro “Cantares”, edição SCIP - AA EE de Lisboa - 1969

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