segunda-feira, 29 de setembro de 2014

A Drummond de Andrade

(com a devida vénia)

Velho Drummond se te tivera
Junto de mim a esta hora
Em que o silêncio é uma ordem
E a solidão longa espera
Tu me prestaras teu verbo
Ou a tua mão estendida
Cheia dessa humanidade
Que alguma vez pressentira
Se alguma vez a entendera
Como agora

Lembrar-te Drummond amigo
Num território macabro
É como levares contigo
Um filho desnaturado

Poema escrito na prisão de Caxias

José Afonso - Textos e Canções
Assírio E Alvim
Abril de 1983


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